Vejam só a quantidade de experiências interessantes que podemos encontrar no sítio do Escolovar. Nesta ocasião, vamos ver como trabalham o tema da alimentação. Como nas aulas de português como língua não materna não há tempo para tratar este tema, podemos centrar-nos nesta peça de teatro para practicar a expressão oral enquando se practicam hábitos saudáveis. Depois pode-se organizar uma representação teatral para toda a escola.
Veja tb.
“A canção dos dentes”
(Aparece o rebuçado)
REBUÇADO
– Olá! Já viram quem eu sou?… Não?… Eu sou um rebuçado e todos os meninos gostam de mim. Pudera … sou tão docinho! …
(aparece o dente a gemer)
REBUÇADO
– Olha, olha … O que é que tu tens, dentinho?
DENTE
– Deixa-me! É por tua culpa que estou assim. Andava sempre a trincar rebuçados … . Ai! E agora estou doente. Desaparece da minha vista porque não posso ver rebuçados quando estou com dor de dentes.
REBUÇADO
– Essa é boa! Por minha culpa?! Mas eu sou um rebuçado… sou muito docinho … e não faço mal a ninguém.
(aparece o chocolate)
CHOCOLATE
– Olá, amigo rebuçado! Olá, amigo dente … tens ar de estar doente.
REBUÇADO
– O que eu acho é que a culpa deve ser dos chocolates que comeste!
CHOCOLATE
– De que é que eu tenho a culpa?
REBUÇADO
– Da doença do amigo dente. Toda a gente sabe que os chocolates fazem mal aos dentes.
CHOCOLATE
– Ora essa ! Eu até me derreto na boca dos meninos. Os rebuçados é que fazem mal aos dentes.
– São mas é os chocolates!
– Os rebuçados!
– Os chocolates
(brigam algum tempo e o dente continua a gemer)
( Uma maçã espreita e aparece)
MAÇÃ
– Eu acho que a culpa é dos dois. Pobre dentinho! Se tivesses comido mais maçãs em vez de rebuçados e chocolates … Baaaaah!!!
CHOCOLATE
– Ora, ora, o que tu querias era ser tão doce como nós e não ter tanto caroço lá por dentro.
MAÇÃ
– E tu … o que querias era ser tão vermelhinho como eu.
REBUÇADO
– Calem-se e reparem quem vem ali.
(aparece o dentista)
DENTISTA
– Bom-dia, meus meninos e minhas meninas.
(espera por as crianças o cumprimentarem também e … se for caso disso … manda-as falar mais alto)
– Ora vejam lá se são capazes de adivinhar quem eu sou?! … Uso bata branca … trabalho com uma cadeira que sobe e desce … e tiro as dores de dentes aos meninos …
Conseguem adivinhar ???
(espera um pouco pela resposta)
DENTISTA
– Pois é,eu sou o vosso amigo dentista.
(o dente começa novamente a gemer e o dentista aproxima-se dele e examina-o)
– Ora aqui está quem precisa da minha ajuda.
REBUÇADO
– Mas antes, sr. dentista, diga-nos lá quem tem razão: qual de nós é o culpado da doença do amigo dente?
DENTISTA
– Bem … comer muitos rebuçados e chocolates faz mal aos dentes. Por isso vocês os dois têm culpas.
MAÇÃ
– E eu? E eu?
DENTISTA
– Ah! Tu és uma grande amiga dos dentes. Só lhes fazes bem. Agora … se o nosso amigo dente não andasse esquecido da escova dos dentes… e se lavasse os dentes depois das refeições… mesmo depois de comer maçãs… agora não estava doente.
(vira-se para o dente )
– Anda cá que eu vou-te tratar. (puxa de um instrumento)
DENTE
– Ai! Ai! Tenho medo!
DENTISTA
– Então, então … não te sentes mal? Não estás com dores? Queres ou não ficar bom? Vais ver que não custa nada … só te quero tratar.
( trata o dente )
Pronto! Então, estás melhor?
DENTE
– Ah! Muito melhor! Obrigado!
DENTISTA
– Bem … mas agora muitas maçãs, poucos rebuçados e chocolates e … (tira do bolso uma escova de dentes) … e a escova de dentes … se não, voltas a ficar doente.
DENTE
– Mas, afinal, os dentistas são nossos amigos!
DENTISTA
– Pois é! (abraçam-se a rir).
António Nóvoa e alunos do Magistério Primário de Aveiro – 1977
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